Um estudo recente descobriu que os adultos mais velhos, que se tiveram atividade sexual acima da média, obteram pontuações mais altas em uma série de testes cognitivos.


Um novo estudo da Universidade de Oxford mostrou que os adultos mais velhos com idade superior a 50 anos em atividade sexual possuem maior função cognitiva. Os pesquisadores levaram 73 participantes, tanto homens como mulheres, que foram submetidos a uma série de questionamentos para avaliar o bem-estar e a freqüência de relações sexuais (nunca, mensais ou semanalmente). Esses testes foram efetuados para determinar as habilidades cognitivas de um indivíduo. O estudo foi publicado no “The Journals of Gerontology”.

Os testes cognitivos mediram a fluência verbal do participante e a capacidade de visualizar objetos e os espaços entre eles.

  1. Critérios de fluência verbal – foram feitas perguntas aos participantes, refletindo suas habilidades cognitivas. Essas perguntas incluíam nomear o maior número possível de animais em 60 segundos e listar palavras que começaram com a letra F.
  2. Capacidade visuoespacial – os participantes foram convidados a fazer uma cópia de desenhos intrincados e a desenhar um mostrador de relógio a partir de sua da memória.

Os entrevistados mais sexualmente ativos obtiveram pontuações muito altas nos testes. No entanto, não houve impacto na capacidade de memória, nas habilidades de linguagem ou na capacidade de atenção em pessoas que relataram ter relações sexuais freqüentes, já que os participantes obtiveram notas igualmente boas independentemente da freqüência. O novo estudo é uma extensão de uma pesquisa anterior em 2016, que também mostrou resultados semelhantes de idosos sexualmente ativos que obtiveram pontuação elevada em testes cognitivos.

Benefícios positivos a saúde ligados à Dopamina

De acordo com o co-autor Dr. Nele Demeyere, os estudos mostram um vínculo entre a saúde cognitiva e um estilo de vida sexual ativo. Ao contrário dos grandes estudos populacionais, o novo estudo menor teve a vantagem de testar aspectos separados das funções cognitivas. Um desses sub-testes que foram considerados importantes foi a fluência verbal. O maior detalhe na informação recolhida mostra que os efeitos positivos para a saúde da atividade sexual podem estar ligados à dopamina no cérebro controlando funções executivas e memória.

A demência vascular é a segunda forma mais comum de demência, que afeta as funções executivas em vez da memória, como é tipificado em pacientes com Alzheimer. Dr. Demeyere está trabalhando em um novo projeto chamado neuropsicologia translacional, que inclui o desenvolvimento de medidas cognitivas mais robustas para detectar a demência vascular em seus estágios iniciais. Com grandes estudos populacionais,  Demeyere está ansioso pelos resultados.

Compreendendo os mecanismos biológicos

A esperança é para uma futura pesquisa que possa dar uma luz sobre como a biologia humana afeta a atividade sexual, o que melhora as habilidades cognitivas. O interesse dos pesquisadores agora é o papel dos hormônios como a oxitocina e a dopamina nos efeitos positivos do sexo. De acordo com o pesquisador principal, Dr. Hayley Wright, a área que vale a pena investigar é o mecanismo biológico subjacente que influencia as funções cognitivas mais altas.

Pessoas jovens se inclinam a pensar que as pessoas mais velhas não possuem vida sexual, mas devemos desafiar esses equívocos. O impacto positivo da atividade sexual em pessoas com mais de 50 anos é conhecido e ultrapassa a noção de saúde sexual e bem-estar. Todo novo estudo sobre a atividade sexual nos aproxima um pouco da compreensão dos mecanismos subjacentes que promovem funções cognitivas aprimoradas em pessoas mais velhas.

Fontes:

Hayley Wright et al, Frequent Sexual Activity Predicts Specific Cognitive Abilities in Older Adults, The Journals of Gerontology: Series B (2017). DOI: 10.1093/geronb/gbx065

http://www.ox.ac.uk/news/2017-06-23-active-sex-life-improves-brain-power-older-adults